Sessão de Relato de Caso


Código

RC330

Área Técnica

Uveites / AIDS

Instituição onde foi realizado o trabalho

  • Principal: Hospital Evangélico de Vila Velha

Autores

  • LORENA COLODETTI ZANANDREA (Interesse Comercial: NÃO)
  • Leticia Colodetti Zanandréa (Interesse Comercial: NÃO)
  • Ledilma Colodetti Zanandréa (Interesse Comercial: NÃO)

Título

VASCULITE POR TUBERCULOSE OCULAR ASSOCIADA A ERITEMA NODOSO E DOENÇA DE PONCET

Objetivo

Mostrar a importância da investigação da tuberculose em pacientes portadores de artrite crônica, eritema nodoso e vasculites retinianas.

Relato do Caso

Mulher, 38 anos, hipertensa controlada, com queixa de turvação visual em olho esquerdo (OE) associada a história de artrite crônica e eritema nodoso (figura1). Ao exame oftalmológico, apresentava quadro de uveíte intermediária e vasculite periférica em ambos os olhos (AO), e retinoangiografia compatível com vasculite e papilite em AO e áreas de isquemia periférica em OE, quando foi indicado fotocoagulação a laser na retina neste olho e solicitado novos rastreios reumatológicos e infecciosos (figura 2). No retorno, paciente queixava-se de piora da acuidade visual e dos episódios de artrite reativa, apesar de uso regular de Hidroxicloroquina. OCT macular normal em AO, biomicroscopia com hiperemia de conjuntiva, RCA (reação de câmara anterior) 0,5+/4, e discreto flare. Exames séricos demonstraram rastreio reumatológico e infecciosos negativos, com exceção do teste de prova cutânea tuberculínica (PPD) que foi de 20mm. Radiografia de tórax normal e refere contato prévio com paciente bacilífero, há 13 anos. Foi aventado o diagnóstico de tuberculose ocular e artrite reativa (Doença de Poncet) e iniciado tratamento com o esquema básico RIPE (rifampicina, isoniazida, pirazinamida e etambutol) de 9 meses. Após 3 meses de tratamento, foi realizada nova retinoangiografia, que não evidenciou novas isquemias. Ao fim do tratamento, apresentava exame oftalmológico sem alterações. Paciente referiu resolução da artralgia e eritema nodoso.

Conclusão

A tuberculose deve ser sempre aventada como diagnóstico diferencial, apesar da raridade de associação da doença não pulmonar ao acometimento ocular, cutâneo e articular, como relatado no presente estudo. Todos os pacientes com eritema nodoso e manifestação articular devem ser estratificados pelo risco de exposição à tuberculose, principalmente se história de contato com bacilífero for positiva, em regiões endêmicas como no Brasil.

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